“Por uma só coisa anseio: apreender o que se esconde atrás dos fenômenos; desvendar o mistério que me dá a vida e a morte; saber se uma presença invisível e imóvel se esconde além do fluxo visível e incessante do mundo.
Se não cabe à mente tentar a heróica e desesperada saída para fora dos limites, oxalá o pudesse meu coração!
Mais além! Mais além! Mais além! Mais além do homem, busco o açoite invisível que o fustiga e incita à luta. Mais além dos animais, espreito o rosto primevo que, criando, quebrando e refundindo as máscaras inumeráveis, procura imprimir sua marca na carne transitória. Mais além das plantas, me esforço por distinguir na lama os primeiros passos inseguros do Invisível.
Ouço uma ordem dentro de mim:
- Cava! Que vês?
- Homens e aves, águas e pedras.
- Cava mais! Que vês?
- Idéias e sonhos, relâmpagos e fantasmas.
- Cava ainda mais! Que vês?
- Não vejo coisa alguma! Só a Noite, muda e espessa como a morte. Deve ser a morte.
- Cava, cava!
- Ai, não posso atravessar a muralha negra! Ouço vozes e prantos, ouço bater de asas do outro lado!
- Não chores! Não chores! Não é do outro lado! As vozes, os prantos e o bater de asas são o teu coração!
Na ponta dos pés, vou além da mente e chego trêmulo ao sagrado abismo do coração. Um dos pés se apóia no chão firme, o outro tateia as trevas do abismo.
Suspeito que atrás de todas as aparências há uma essência em luta. Quero unir-me a ela.”
Se não cabe à mente tentar a heróica e desesperada saída para fora dos limites, oxalá o pudesse meu coração!
Mais além! Mais além! Mais além! Mais além do homem, busco o açoite invisível que o fustiga e incita à luta. Mais além dos animais, espreito o rosto primevo que, criando, quebrando e refundindo as máscaras inumeráveis, procura imprimir sua marca na carne transitória. Mais além das plantas, me esforço por distinguir na lama os primeiros passos inseguros do Invisível.
Ouço uma ordem dentro de mim:
- Cava! Que vês?
- Homens e aves, águas e pedras.
- Cava mais! Que vês?
- Idéias e sonhos, relâmpagos e fantasmas.
- Cava ainda mais! Que vês?
- Não vejo coisa alguma! Só a Noite, muda e espessa como a morte. Deve ser a morte.
- Cava, cava!
- Ai, não posso atravessar a muralha negra! Ouço vozes e prantos, ouço bater de asas do outro lado!
- Não chores! Não chores! Não é do outro lado! As vozes, os prantos e o bater de asas são o teu coração!
Na ponta dos pés, vou além da mente e chego trêmulo ao sagrado abismo do coração. Um dos pés se apóia no chão firme, o outro tateia as trevas do abismo.
Suspeito que atrás de todas as aparências há uma essência em luta. Quero unir-me a ela.”
Conheci seu blog por indicação de Glauber. Adoro trechos de livros, justamente porque eles permitem uma interpretação impar e totalmente particular.E claro, da vontade de ler o livro.
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