22 setembro 2010

A vida, como ela pode ser

Marcel Marceau (1923 - 2007)


Vinha andando distraída pela rua, paquerando de longe a barraquinha de milho verde, quando dou de cara com um bando de mímicos, em plena Praça General Osório às seis horas da tarde. Eles pulavam de um lado para o outro, abordando as pessoas com um simples cartaz que dizia:


ABRAÇOS GRÁTIS


O pessoal que vinha na minha frente começou a resmungar. Uma senhora correu para atravessar a rua mesmo com o sinal aberto. Um homem com raiva deu meio volta e pegou a direção contrária do que ia.

Eu abri logo um sorriso. Essa eu não podia perder. De longe, abri os braços para uma moça magrinha que tinha um sorriso gorducho. Ela de longe, fez o mesmo movimento que o meu. Quando nos encontramos, alí no meio da rua, nos abraçamos como se fossemos velhas conhecidas. Ficamos assim um tempão. Foi quando ela me disse baixinho no ouvido:

- Ô minha filha, Deus te abençoe.

E eu pensei comigo:

Tá acabando de abençoar!

6 comentários:

  1. "L'essentiel est invisible pour les yeux"...
    Debulhando um pouco mais...

    Te amo irma! G

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  2. Sempre voce e sempre abencoada....Beth

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  3. Pôxa, Tati, que bom você está voltando a escrever! Vou dar de passar sempre por aqui.

    Como dizem as meninas daqui do meu trabalho, temos que humanizar a cidade, abracinho always, rsrsrs

    Ah, também tenho um blog, o Crônica das 12 badaladas (http://cronicasdas12.blogspot.com/), a senhora está convidada a passar lá, :P

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  4. Eu também quero um abraço, tô com saudades.

    Bjus
    Micka

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  5. Tati,
    o abraço apertado, bem sincero, é um dos lugares onde habita a minha alma... está lá no meu caderno essencial... :o)
    Beijos,
    Livia

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  6. Tati, que delícia navegar pelo seu blog! Catarina e Clara são D+!
    bjus da colega de Tanta Ternura,
    Marina Cardoso

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