Ontem descobri a verdade sobre o mistério musical da minha rua.
Todos os dias estava acordando, por volta das cinco e meia da manhã, com uma pessoa cantando muito alto em plena Miguel de Frias deserta e silenciosa. O homem – nitidamente a voz era de um homem – cantava a plenos pulmões como se estivesse no palco do Teatro Municipal, adorando o eco que a rua fazia. E como era bonita aquela voz!
Todos os dias estava acordando, por volta das cinco e meia da manhã, com uma pessoa cantando muito alto em plena Miguel de Frias deserta e silenciosa. O homem – nitidamente a voz era de um homem – cantava a plenos pulmões como se estivesse no palco do Teatro Municipal, adorando o eco que a rua fazia. E como era bonita aquela voz!
No primeiro dia tive certeza de que estava sonhando. No segundo, tive um deja vu. No terceiro tive um treco e fui olhar na janela o que era aquilo. Nada. Ouvia-se apenas o eu queria ter na vida simplesmente, um lugar de mato verde para plantar e para colher... hã? Eu adoro essa música... ter uma casinha branca de varanda, com quintal e uma janela, para ver o sol nascer... Fui deitar achando que estava ouvindo coisas. E nas semanas que se passaram, como ele renovou muito pouco a seleção musical, eu acabei achando que tudo aquilo fazia parte de um delírio mesmo, de um sono truncado pelas minhas noites mal dormidas.
Mas ontem, ontem eu não agüentei. Minha porção Hercule Poirot travou uma batalha de perguntas e investigações minuciosas com os porteiros e vizinhança para tentar descobrir o que havia de fato por trás dessa história. Tão simples: “Sim Dona Tatiana, esse barulho que a senhora escuta é um velhinho que todos os dias vem vender café e chocolate quente para o pessoal da obra aqui da redondeza.”
A vida é simples. E maravilhosa. Qualquer dia desses, é claro que eu vou descer para tomar um café com esse velhinho. E descobrir quem ele é.
Mas ontem, ontem eu não agüentei. Minha porção Hercule Poirot travou uma batalha de perguntas e investigações minuciosas com os porteiros e vizinhança para tentar descobrir o que havia de fato por trás dessa história. Tão simples: “Sim Dona Tatiana, esse barulho que a senhora escuta é um velhinho que todos os dias vem vender café e chocolate quente para o pessoal da obra aqui da redondeza.”
A vida é simples. E maravilhosa. Qualquer dia desses, é claro que eu vou descer para tomar um café com esse velhinho. E descobrir quem ele é.
Ora, ora menina, e por acaso você já não descobriu quem ele é? Ele é aquele que (en)canta dentro do seu coração. Beba, beba sim um café com ele e com-partilhe a vida com as coisas (e as pessoas) simples.
ResponderExcluirbjs
Eduardo